Como será seu filho no futuro

Como será seu filho no futuro?

Telma Abrahão

Telma Abrahão

Você pode pegar a sua foto criança e colocar no aplicativo para simular como será o seu filho no futuro.

Mas não consegue desenhar como ele será daqui 10, 20 ou 30 anos.Falo de personalidade, escolhas profissionais, comportamentos, amizades, relacionamentos, estudos e a carreira que ele terá no futuro.

Por mais que você deseje que o seu filho faça boas escolhas, seja respeitoso, tenha uma carreira brilhante e seja um adulto seguro de si no futuro, pode não saber como agir para ajudá-lo a desenvolver importantes habilidades de vida.

Não podemos controlar as escolhas dos nossos filhos, mas podemos controlar o nosso comportamento para que sejamos bons exemplos nessa desafiadora jornada de educar.

Continue a leitura que até ao final deste artigo você vai compreender de que maneira a sua forma de se relacionar hoje impacta de como será seu filho no futuro, veja só os pontos importantes que vamos abordar:

  • Daqui 20 anos, como seu filho lembrará de você?
  • Quais “programas” foram instalados na mente do seu filho?
  • Use o erro para desenvolver o seu filho.
  • Troque rótulos por sugestões.
  • Permita-se ser vulnerável.
  • Conecte-se!

Daqui 20 anos, como seu filho lembrará de você ?

Quero convidar você a refletir sobre a infância do seu filho.

Avance alguns anos no tempo. O que seu filho diria sobre você daqui a vinte anos?

Tenha memórias afetivas com seus filhos

Imagine que ele seja um adulto e está jantando fora com os amigos. A discussão leva a memórias da infância. O grupo compartilha histórias de vida e ele diz: 

“Quando eu era criança, minha mãe/meu pai sempre.”

E, então, imagine que o tempo pare! Você espera. O que seu filho diria? Quais lembranças teria?

São agradáveis e felizes que despertam garra e coragem? Ou são tristes e dolorosas que nem vale comentar?

Se você percebeu que a atual realidade do seu dia a dia não é a que gostaria que seus filhos tivessem como memórias, então será necessário fazer algo rápido para mudar, pois, a infância passa rápido e não tem replay.

Você não terá outra oportunidade de passar a limpo essa fase na vida dos seus filhos, mas você pode fazer diferente a partir de agora.

Ter chegado neste artigo já demonstra o seu interesse em aprender e eu confio na sua imensa capacidade de mudar essa realidade com o seu filho.

Então continue comigo que nas próximas linhas eu vou trazer orientações importantes para você influenciar de como será seu filho no futuro e começar essa mudança hoje mesmo!

Quais “programas” foram instalados na mente do seu filho?

O seu filho reproduzirá a “programação” que foi instalada na infância dele. 

Segundo o Dr. Bruce Lpton, cientista americano e estudioso da epigenética e do subconsciente humano, o qual tive a honra de conhecer pessoalmente, os programas que adquirimos nos primeiros sete anos de vida moldam a forma como vivemos nossa vida.  

Se nossos pais nos dizem que somos inteligentes, amáveis e maravilhosos, serão essas afirmações que “rodarão” em nosso programa subconsciente, mas se eles afirmam que não somos legais, bonitos, inteligentes, bons ou merecedores do melhor da vida, é tudo isso que entrará em nosso “programa” mental. 

A seguir eu separei algumas formas de “programar” positivamente a mente do seu filho e minimizar os impactos negativos.

Use o erro para desenvolver o seu filho

Desde cedo somos ensinados que errar é ruim. Éramos castigados, punidos, criticados ou julgados quando errávamos.

E, sem perceber, agimos no automático, reproduzindo com as nossas crianças os mesmos padrões que fizeram conosco na infância.

Mas a verdade é que replicar este mesmo comportamento com os nossos filhos instalará o programa na cabeça deles para associar sentimentos e pensamentos ruins ao erro.

E, como pais, devemos mostrar para os nossos filhos que os erros fazem parte do aprendizado. Separei abaixo duas estratégias que você pode usar:

  • Ensine o seu filho a usar a razão quando ele errar.

Ajude-o a reconhecer o próprio erro e tirar aprendizados importantes da situação.

Em vez de pensar que está tudo perdido, diga para o seu filho:

“Ainda não deu certo você lavar o prato. Ainda não, mas você vai conseguir”.

  • Estimule o seu filho a pensar e dê sugestões de como ele pode resolver os conflitos ou os erros, aprendendo algo novo.

“Como você pode resolver essa situação?”

Ao fazer isso você vai ensinar o seu filho que errar faz parte do aprendizado, pois nos traz novas oportunidades de fazer diferente da próxima vez.

Troque rótulos por sugestões

Troque Rótulos por sugestões - Tela ABrahão

A sua forma de se relacionar como pai ou mãe impacta na autoimagem e na autoconfiança de como será seu filho no futuro.

“Você nunca faz nada direito”

“Você é sempre bagunceiro”

… faz com que o cérebro do seu filho acredite e tome estas frases como verdade.

Ele pensa assim:

“Se papai e mamãe são as pessoas que mais me amam me falam assim, eu realmente devo ser um bagunceiro ou nunca faço nada direito mesmo.”

Em vez de focar nos pontos negativos do seu filho, escolha focar naquilo que você deseja que ele se torne, de forma positiva, afirmativa e encorajadora.

Experimente trocar os rótulos e fale apenas do comportamento do seu filho, veja os exemplos a seguir:

“Vi que você ajudou sua irmã hoje, parabéns”

“Uau, você se esforçou e foi bem na prova”

Permita-se ser vulnerável

A vulnerabilidade, ou se colocar em posição de exposição emocional, é a grande responsável pelas conexões mais profundas que fazemos com os nossos filhos.

Eles sentem e se conectam quando somos capazes de demonstrar o nosso lado humano no dia a dia.

Pois, falar de nossos erros e fraquezas exige coragem para reconhecermos que também erramos e está tudo bem.

Experimente reconhecer os seus erros sempre que possível. Permitir-se mudar de ideia e reconhecer que não sabemos tudo nos tira de um pedestal e nos aproxima muito mais dos nossos filhos.

Por mais que muitas vezes pensamos:

“Eu”? “Como assim”?

“Os meus filhos não vão me respeitar mais”

A verdade é que coragem para reconhecer que erramos é o elo que precisamos para nos conectar com nossos filhos.

Quando aceitamos sentir e falar sobre dor, vergonha, medo, raiva e emoções de forma geral, sem culpa ou vergonha, mas apenas aceitando nossa humanidade, estaremos mais próximos de conseguir desenvolver importantes habilidades no nosso filho, o futuro adulto.

Ao desistirmos da posição de superioridade, de donos da verdade, quando nos damos a oportunidade de relaxar e nos conectarmos com a nossa essência, de forma humilde e sincera, fica mais fácil dizer: “Filho, me desculpe, eu também erro e muitas vezes não sei como agir com você, mas quero aprender”

Conecte-se!

Conecte-se com seu filho - Telma Abrahão

Pais que não conseguem se conectar com os filhos, podem ignorá-los ou até maltratá-los por não perceberem suas necessidades emocionais.

Dessa forma, as crianças passam a acreditar que não são boas, se sentem culpadas por serem constantemente julgadas, criticadas ou punidas.

O que elas mais buscam e precisam é amor, conexão e limites respeitosos e seguros para crescerem e se desenvolverem.

A pior parte dessa dinâmica é que, na maioria das vezes, as crianças não deixam de amar seus pais, mas começam a achar que não são boas o suficiente para receber o amor que merecem.

Por mais que você tenha uma rotina com muitas responsabilidades da vida moderna, saiba que a infância passa rápido e não tem replay.

A hora de você criar memórias positivas e se conectar profundamente com os seus filhos é agora.

Dedique um tempo de pelo menos 20 minutos para o seu filho, para brincar de pique esconde, dar uma volta no parque, andar de bicicleta, etc….

Reserve um tempo de qualidade para você se conectar e alimente os “baldes” emocionais do seu filho todos os dias.

Conclusão 

Reconhecer que somos humanos e vulneráveis nos conecta profundamente aos nossos filhos até mesmo quando cometemos erros.

Eles precisam sentir que podem confiar e se abrir conosco para poderem expressar as próprias emoções sem medo de serem ameaçados, castigados ou punidos.

Pois, é justamente, esta relação de confiança e de respeito que nos conectará com os nossos filhos não apenas na infância, mas também durante toda a vida.

E, sim, precisamos falar sobre isso. As estatísticas apontam um aumento nunca visto antes na taxa de suicídio entre adolescentes.

Crianças que são deprimidas, que têm medo de fazer amigos, medo de serem rejeitadas, que não foram ensinadas a se amar, e, portanto, também não aprenderam a amar o próximo.

É na infância que construímos a base do ser da criança. Quem ela é, o que gosta, o se sentir capaz, ser amado, ser útil e de ser um ser humano importante.

Construir uma base forte agora na infância do seu filho, impactará positivamente no adulto que ele se tornará lá na frente.

O relacionamento que você nutre com a criança hoje não fica apenas na infância, mas tem forte influência de como será seu filho no futuro.

Então, parabéns pela sua coragem de chegar até aqui, isso mostra que você quer mais conhecimento e está disposto a aprender o que não sabe para ser um pai ou uma mãe melhor para o seu filho a partir de agora.

Você pode se aprofundar mais em educação respeitosa ao ler o meu livro best seller “Pais que evoluem“.  Ele já impactou milhares de pais e mães ao redor do mundo e agora chegou a sua vez.

Prepare-se para evoluir ainda mais, pois a mudança que queremos ver em nossos filhos precisa começar em nós !

Nos vemos no próximo artigo.

Um grande beijo.

Telma Abrahão

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